As adivinhas, as cantigas de roda, as parlendas, as quadrinhas e os trava-línguas são
antigas manifestações da cultura popular, universalmente conhecidas e
mantidas vivas através da tradição oral. São textos que pertencem a uma
longa tradição de uso da linguagem para cantar, recitar e brincar. A
maioria deles é de domínio público, ou seja, não se sabe quem os
inventou: foram simplesmente passados de boca a boca, das pessoas mais
velhas para as pessoas mais novas.
Os poemas servem
para divertir, emocionar, fazer pensar. Geralmente têm rimas e
apresentam diferentes diagramações. São textos com autoria, isto é,
geralmente sabemos quem os fez. Todos nós conhecemos poemas, pois são
textos de conhecimento popular. São parecidos com as canções, só
que não são musicados. Alguns são feitos especialmente para crianças. Os
poemas, assim como as quadrinhas e os trava-línguas, “brincam” com os
sons das palavras e com o seu significado.
A
poesia nada mais é do que uma brincadeira com as palavras.Nessa
brincadeira, cada alavra pode e deve significar mais de uma coisa ao
mesmo tempo: isso aí é também isso ali. Toda poesia tem que ter uma
surpresa. Se não tiver não é poesia: é papo furado!
(J. Paulo Paes)
Poema de José Paulo Paes
CONVITE
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
Canção de Dominguinhos e Anastácia
TENHO SEDE
Traga-me um copo d’água
Tenho sede
E esta sede pode me matar
Minha garganta pede
Um pouco d’água
E os meus olhos pedem
Teu olhar
A planta pede chuva
Quando quer brotar
O céu logo escurece
Quando vai chover
Meu coração só pede
Teu amor
Se não me deres
Posso até morrer.
As cantigas de roda são
textos que servem para brincar e divertir. Com bastante freqüência se
encontram associadas a movimentos corporais em brincadeiras infantis.
CAI BALÃO
Cai, cai balão
cai, cai balão
aqui na minha mão.
Não cai não, não cai não
cai na rua do sabão.
As adivinhas servem
para divertir e provocar curiosidade. São textos curtos, geralmente
encontrados na forma de perguntas: O que é, o que é? Quem sou eu? Qual
é? Como? Qual a diferença?
O que é, o que é que cai em pé e corre deitado?
Resposta: A chuva.
Os trava-línguas brincam
com o som, a forma gráfica e o significado das palavras. A sonoridade, a
cadência e o ritmo dessas composições encantam adultos e crianças. O grande desafio é recitá-los sem tropeços na pronúncia das palavras.
O RATO E A RITA
O rato roeu a roupa do rei de
Roma,
O rato roeu a roupa do rei da
Rússia,
O rato roeu a roupa do
RodovaIho...
O rato a roer roía.
E a rosa Rita Ramalho
do rato a roer se ria.
As parlendas são
conjuntos de palavras com arrumação rítmica em forma de verso, que
podem rimar ou não. Geralmente envolvem alguma brincadeira, jogo, ou
movimento corporal.
Boca de forno
Forno
Tira um bolo Bolo
Se o mestre mandar!
Faremos todos!
E se não for?
Bolo!
As quadrinhas são
estrofes de quatro versos, também chamadas de quartetos. As rimas são
simples, assim como as palavras que fazem parte do seu texto.
Roseira, dá-me uma rosa;
Craveiro, dá-me um botão;
Menina, dá-me um abraço,
que eu te dou meu coração.
É FUNDAMENTAL LEMBRAR...
A
presença desses textos na sala de aula favorece a valorização e a
apreciação da cultura popular, assim como o estabelecimento de um
vínculo prazeroso com a leitura e a escrita.
Quando
os alunos ainda não lêem e escrevem convencionalmente, atividades de
leitura e escrita com esses textos, que pertencem à tradição oral e as
crianças conhecem de memória, podem possibilitar avanços nas hipóteses
dos alunos a respeito da língua escrita.
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
A
seguir você encontrará uma lista de situações de sala de aula que
possibilitam a aprendizagem da língua escrita por meio de atividades de
leitura e escrita com textos de tradição oral. As sugestões que seguem
servem para trabalhar com vários textos: adivinhas, cantigas de roda,
parlendas, quadrinhas e trava-línguas, por isso é necessário que, ao
trabalhar cada um deles, você construa uma seqüência de atividades que
considere pertinentes para ensinar os seus alunos.
Tirando dúvidas
As seqüências de atividades são
planejadas e orientadas com o objetivo de promover uma aprendizagem
específica e definida. São seqüenciadas com intenção de oferecer
desafios com graus diferentes de complexidade, para que os alunos possam
ir paulatinamente resolvendo problemas a partir de diferentes
proposições.
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil/MEC.
Leitura pelo professor – É
importante que o professor faça a leitura de vários textos do mesmo
gênero (adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas ou
trava-línguas), de modo que os alunos possam se apropriar de um amplo
repertório do texto em questão. Essa
atividade de leitura pode ser diária (na hora da chegada, na volta do
recreio…), ou semanal. O importante é que os alunos tenham um contato
freqüente com os textos, para que possam conhecê-los melhor.
Leitura compartilhada (professor e alunos) de textos conhecidos – Em alguns momentos da rotina de sala de aula, o professor pode ler junto com os alunos alguns textos (adivinhas,
cantigas
de roda, parlendas, quadrinhas ou trava-línguas) que os alunos conheçam
bastante, para que possam inferir e antecipar significados durante a
leitura. Os textos que serão lidos podem estar afixados na sala em forma
de cartaz, escritos na lousa ou impressos no livro do aluno.
Leitura coletiva – Ler,
cantar, recitar e brincar com textos conhecidos. É fundamental que os
alunos possam vivenciar na escola situações em que a leitura esteja
vinculada diretamente ao desfrute pessoal, à descontração e ao prazer.
Leitura dirigida – Propor
atividades de leitura em que os alunos tenham de localizar palavras em
um texto conhecido. Por exemplo: o professor lê o texto inteiro e depois
pede aos alunos que localizem uma palavra determinada (ex.: “piano”, na
parlenda “Lá em cima do piano”). A intenção é que possam utilizar seus
conhecimentos sobre a escrita para localizar e ler as palavras
selecionadas.
Leitura individual – Quando
os alunos conhecem bastante os textos, já podem começar a lê-los
individualmente. E nesse caso é importante que tenham objetivos com a
atividade
de leitura. Por exemplo: ler para escolher a parte de que mais gosta, ler para depois recitar em voz alta para todos etc.
Pesquisa de outros textos – Os
alunos podem pesquisar outros textos do mesmo gênero em livros, na
família e na comunidade. Podem, por exemplo, entrevistar pais, avós e
amigos a respeito de adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas
ou trava-línguas que conhecem; ou procurar textos
conhecidos no Livro do aluno. No caso dos poemas, também é possível
pesquisar autores da comunidade, autores conhecidos no Brasil inteiro
etc.
Rodas de conversa ou de leitura – Sentar
em roda é uma boa estratégia para socializar experiências e
conhecimentos, pois favorece a troca entre os alunos. A roda de conversa
permite identificar o repertório dos alunos a respeito do texto que
está sendo trabalhado e também suas preferências. A roda de leitura
permite compartilhar momentos de prazer e diversão com a leitura. No
caso dos trava-línguas, é interessante propor um concurso de
trava-línguas – falar sem tropeçar nas palavras.
Escrita individual – Escrever
segundo suas próprias hipóteses é fundamental para refletir sobre a
forma de escrever as palavras. Por isso é importante criar momentos na
rotina de sala de aula em que os alunos possam escrever sozinhos. Por
exemplo: pedir que os alunos escrevam uma parlenda que conhecem de
memória, ou que escrevam a cantiga de roda preferida. Vale ressaltar
que, quando propomos a escrita de textos que os alunos conhecem de
memória, em que não há um destinatário específico, é fundamental aceitar
as hipóteses e não interferir diretamente nas produções: não se deve
corrigir, escrever embaixo ou coisa do tipo.
Tirando dúvidas
Nessas atividades de escrita,
o aluno que ainda não sabe escrever convencionalmente precisa se
esforçar para construir procedimentos de análise e encontrar formas de
representar graficamente aquilo que se propõe a escrever. É por isso que
esta é uma boa atividade de alfabetização: havendo informação
disponível e espaço para reflexão sobre o sistema de escrita, os alunos
constroem os procedimentos de análise necessários para que a
alfabetização se realize.
Escrita coletiva – O
professor escreve na lousa, ou em um cartaz, o texto que os alunos
ditam para ele. Nesse caso é absolutamente necessário que todos os
alunos conheçam bem a cantiga de roda, a parlenda ou a quadrinha que
será ditada. Durante o processo de escrita, é fundamental que o
professor discuta com os alunos a forma de escrever as palavras, pois
isto favorece a aprendizagem de novos conhecimentos sobre a língua
escrita. Quando for possível, liste coletivamente os títulos dos textos
de que os alunos mais gostam.
Reflexão sobre a escrita – Sempre
que for possível favoreça a reflexão dos alunos sobre a escrita,
propondo comparações entre palavras que começam ou terminam da mesma
forma (letras, sílabas ou partes das palavras).
Aprendendo com outros – A
interação com bons modelos é fundamental na aprendizagem, por isso é
importante que os alunos possam compartilhar atos de leitura e observar
outras pessoas lendo, recitando ou cantando os textos que estão
estudando. Desta forma podem aprender a utilizar uma variedade maior de
recursos interpretativos: entonação, pausas, expressões faciais, gestos…
O professor pode chamar para a sala de aula alguns familiares ou
pessoas da comunidade que gostem de ler, recitar ou cantar para os
outros. Também é possível levar para a sala de aula gravações de pessoas
lendo, cantando ou recitando.
Gravação – Se
for possível, grave em fita cassete a leitura ou recitação dos alunos
de seus textos preferidos. Esta fita pode compor o acervo da classe, ou
ser um presente para alguém especial.
Produção de um livro – Seleção dos textos preferidos para a produção de uma coletânea (livro). Cada aluno pode escrever um de seus textos preferidos.
Projetos – As
propostas de aprendizagem também podem ser organizadas por meio de
projetos que proponham aos alunos situações comunicativas envolvendo a
leitura e escrita das adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas
ou trava-línguas. Essas propostas de trabalho podem contemplar todas as
séries, cada aluno contribuindo de acordo com suas possibilidades.
Exemplos: propor a realização de:
• um mural/painel de textos para colocar na entrada da escola;
• um recital ou coral para pessoas da comunidade;
• um livro de textos, para presentear alguém ou para compor a biblioteca da classe.
Como
os textos produzidos nos projetos têm um leitor real, o professor deve
torná-lo o mais legível possível, com o mínimo de erros, traduzindo a
escrita dos alunos ou revisando as escritas em que só faltam algumas
letras.
Tirando dúvidas
Os projetos são
excelentes situações para que os alunos produzam textos de forma
contextualizada; além disso, dependendo de como se organizam, exigem
leitura, escuta de leituras, produção de textos orais, estudo, pesquisa
ou outras atividades. Podem ser de curta ou média duração, envolver ou
não outras áreas do conhecimento e resultar em diferentes produtos: uma
coletânea de textos de um mesmo gênero (poemas, contos de assombração ou
de fadas, lendas etc.), um livro sobre um tema pesquisado, uma revista
sobre vários temas estudados, um mural, uma cartilha sobre cuidados com a
saúde, um jornal mensal, um folheto informativo, um panfleto, cartazes
de divulgação de uma festa na escola, um único cartaz…
Parâmetros Curriculares Nacionais - Língua Portuguesa/MEC
EXEMPLOS DE ATIVIDADES
As adivinhas, as cantigas de roda, as parlendas, as quadrinhas e os trava-línguas são
antigas manifestações da cultura popular, universalmente conhecidas e
mantidas vivas através da tradição oral. São textos que pertencem a uma
longa tradição de uso da linguagem para cantar, recitar e brincar. A
maioria deles é de domínio público, ou seja, não se sabe quem os
inventou: foram simplesmente passados de boca a boca, das pessoas mais
velhas para as pessoas mais novas.
Os poemas servem
para divertir, emocionar, fazer pensar. Geralmente têm rimas e
apresentam diferentes diagramações. São textos com autoria, isto é,
geralmente sabemos quem os fez. Todos nós conhecemos poemas, pois são
textos de conhecimento popular. São parecidos com as canções, só
que não são musicados. Alguns são feitos especialmente para crianças. Os
poemas, assim como as quadrinhas e os trava-línguas, “brincam” com os
sons das palavras e com o seu significado.
A
poesia nada mais é do que uma brincadeira com as palavras.Nessa
brincadeira, cada alavra pode e deve significar mais de uma coisa ao
mesmo tempo: isso aí é também isso ali. Toda poesia tem que ter uma
surpresa. Se não tiver não é poesia: é papo furado!
(J. Paulo Paes)
Poema de José Paulo Paes
CONVITE
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião
Só que
bola, papagaio, pião
de tanto brincar
se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
Canção de Dominguinhos e Anastácia
TENHO SEDE
Traga-me um copo d’água
Tenho sede
E esta sede pode me matar
Minha garganta pede
Um pouco d’água
E os meus olhos pedem
Teu olhar
A planta pede chuva
Quando quer brotar
O céu logo escurece
Quando vai chover
Meu coração só pede
Teu amor
Se não me deres
Posso até morrer.
As cantigas de roda são
textos que servem para brincar e divertir. Com bastante freqüência se
encontram associadas a movimentos corporais em brincadeiras infantis.
CAI BALÃO
Cai, cai balão
cai, cai balão
aqui na minha mão.
Não cai não, não cai não
cai na rua do sabão.
As adivinhas servem
para divertir e provocar curiosidade. São textos curtos, geralmente
encontrados na forma de perguntas: O que é, o que é? Quem sou eu? Qual
é? Como? Qual a diferença?
O que é, o que é que cai em pé e corre deitado?
Resposta: A chuva.
Os trava-línguas brincam
com o som, a forma gráfica e o significado das palavras. A sonoridade, a
cadência e o ritmo dessas composições encantam adultos e crianças. O grande desafio é recitá-los sem tropeços na pronúncia das palavras.
O RATO E A RITA
O rato roeu a roupa do rei de
Roma,
O rato roeu a roupa do rei da
Rússia,
O rato roeu a roupa do
RodovaIho...
O rato a roer roía.
E a rosa Rita Ramalho
do rato a roer se ria.
As parlendas são
conjuntos de palavras com arrumação rítmica em forma de verso, que
podem rimar ou não. Geralmente envolvem alguma brincadeira, jogo, ou
movimento corporal.
Boca de forno
Forno
Tira um bolo Bolo
Se o mestre mandar!
Faremos todos!
E se não for?
Bolo!
As quadrinhas são
estrofes de quatro versos, também chamadas de quartetos. As rimas são
simples, assim como as palavras que fazem parte do seu texto.
Roseira, dá-me uma rosa;
Craveiro, dá-me um botão;
Menina, dá-me um abraço,
que eu te dou meu coração.
É FUNDAMENTAL LEMBRAR...
A
presença desses textos na sala de aula favorece a valorização e a
apreciação da cultura popular, assim como o estabelecimento de um
vínculo prazeroso com a leitura e a escrita.
Quando
os alunos ainda não lêem e escrevem convencionalmente, atividades de
leitura e escrita com esses textos, que pertencem à tradição oral e as
crianças conhecem de memória, podem possibilitar avanços nas hipóteses
dos alunos a respeito da língua escrita.
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
A
seguir você encontrará uma lista de situações de sala de aula que
possibilitam a aprendizagem da língua escrita por meio de atividades de
leitura e escrita com textos de tradição oral. As sugestões que seguem
servem para trabalhar com vários textos: adivinhas, cantigas de roda,
parlendas, quadrinhas e trava-línguas, por isso é necessário que, ao
trabalhar cada um deles, você construa uma seqüência de atividades que
considere pertinentes para ensinar os seus alunos.
Tirando dúvidas
As seqüências de atividades são
planejadas e orientadas com o objetivo de promover uma aprendizagem
específica e definida. São seqüenciadas com intenção de oferecer
desafios com graus diferentes de complexidade, para que os alunos possam
ir paulatinamente resolvendo problemas a partir de diferentes
proposições.
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil/MEC.
Leitura pelo professor – É
importante que o professor faça a leitura de vários textos do mesmo
gênero (adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas ou
trava-línguas), de modo que os alunos possam se apropriar de um amplo
repertório do texto em questão. Essa
atividade de leitura pode ser diária (na hora da chegada, na volta do
recreio…), ou semanal. O importante é que os alunos tenham um contato
freqüente com os textos, para que possam conhecê-los melhor.
Leitura compartilhada (professor e alunos) de textos conhecidos – Em alguns momentos da rotina de sala de aula, o professor pode ler junto com os alunos alguns textos (adivinhas,
cantigas
de roda, parlendas, quadrinhas ou trava-línguas) que os alunos conheçam
bastante, para que possam inferir e antecipar significados durante a
leitura. Os textos que serão lidos podem estar afixados na sala em forma
de cartaz, escritos na lousa ou impressos no livro do aluno.
Leitura coletiva – Ler,
cantar, recitar e brincar com textos conhecidos. É fundamental que os
alunos possam vivenciar na escola situações em que a leitura esteja
vinculada diretamente ao desfrute pessoal, à descontração e ao prazer.
Leitura dirigida – Propor
atividades de leitura em que os alunos tenham de localizar palavras em
um texto conhecido. Por exemplo: o professor lê o texto inteiro e depois
pede aos alunos que localizem uma palavra determinada (ex.: “piano”, na
parlenda “Lá em cima do piano”). A intenção é que possam utilizar seus
conhecimentos sobre a escrita para localizar e ler as palavras
selecionadas.
Leitura individual – Quando
os alunos conhecem bastante os textos, já podem começar a lê-los
individualmente. E nesse caso é importante que tenham objetivos com a
atividade
de leitura. Por exemplo: ler para escolher a parte de que mais gosta, ler para depois recitar em voz alta para todos etc.
Pesquisa de outros textos – Os
alunos podem pesquisar outros textos do mesmo gênero em livros, na
família e na comunidade. Podem, por exemplo, entrevistar pais, avós e
amigos a respeito de adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas
ou trava-línguas que conhecem; ou procurar textos
conhecidos no Livro do aluno. No caso dos poemas, também é possível
pesquisar autores da comunidade, autores conhecidos no Brasil inteiro
etc.
Rodas de conversa ou de leitura – Sentar
em roda é uma boa estratégia para socializar experiências e
conhecimentos, pois favorece a troca entre os alunos. A roda de conversa
permite identificar o repertório dos alunos a respeito do texto que
está sendo trabalhado e também suas preferências. A roda de leitura
permite compartilhar momentos de prazer e diversão com a leitura. No
caso dos trava-línguas, é interessante propor um concurso de
trava-línguas – falar sem tropeçar nas palavras.
Escrita individual – Escrever
segundo suas próprias hipóteses é fundamental para refletir sobre a
forma de escrever as palavras. Por isso é importante criar momentos na
rotina de sala de aula em que os alunos possam escrever sozinhos. Por
exemplo: pedir que os alunos escrevam uma parlenda que conhecem de
memória, ou que escrevam a cantiga de roda preferida. Vale ressaltar
que, quando propomos a escrita de textos que os alunos conhecem de
memória, em que não há um destinatário específico, é fundamental aceitar
as hipóteses e não interferir diretamente nas produções: não se deve
corrigir, escrever embaixo ou coisa do tipo.
Tirando dúvidas
Nessas atividades de escrita,
o aluno que ainda não sabe escrever convencionalmente precisa se
esforçar para construir procedimentos de análise e encontrar formas de
representar graficamente aquilo que se propõe a escrever. É por isso que
esta é uma boa atividade de alfabetização: havendo informação
disponível e espaço para reflexão sobre o sistema de escrita, os alunos
constroem os procedimentos de análise necessários para que a
alfabetização se realize.
Escrita coletiva – O
professor escreve na lousa, ou em um cartaz, o texto que os alunos
ditam para ele. Nesse caso é absolutamente necessário que todos os
alunos conheçam bem a cantiga de roda, a parlenda ou a quadrinha que
será ditada. Durante o processo de escrita, é fundamental que o
professor discuta com os alunos a forma de escrever as palavras, pois
isto favorece a aprendizagem de novos conhecimentos sobre a língua
escrita. Quando for possível, liste coletivamente os títulos dos textos
de que os alunos mais gostam.
Reflexão sobre a escrita – Sempre
que for possível favoreça a reflexão dos alunos sobre a escrita,
propondo comparações entre palavras que começam ou terminam da mesma
forma (letras, sílabas ou partes das palavras).
Aprendendo com outros – A
interação com bons modelos é fundamental na aprendizagem, por isso é
importante que os alunos possam compartilhar atos de leitura e observar
outras pessoas lendo, recitando ou cantando os textos que estão
estudando. Desta forma podem aprender a utilizar uma variedade maior de
recursos interpretativos: entonação, pausas, expressões faciais, gestos…
O professor pode chamar para a sala de aula alguns familiares ou
pessoas da comunidade que gostem de ler, recitar ou cantar para os
outros. Também é possível levar para a sala de aula gravações de pessoas
lendo, cantando ou recitando.
Gravação – Se
for possível, grave em fita cassete a leitura ou recitação dos alunos
de seus textos preferidos. Esta fita pode compor o acervo da classe, ou
ser um presente para alguém especial.
Produção de um livro – Seleção dos textos preferidos para a produção de uma coletânea (livro). Cada aluno pode escrever um de seus textos preferidos.
Projetos – As
propostas de aprendizagem também podem ser organizadas por meio de
projetos que proponham aos alunos situações comunicativas envolvendo a
leitura e escrita das adivinhas, cantigas de roda, parlendas, quadrinhas
ou trava-línguas. Essas propostas de trabalho podem contemplar todas as
séries, cada aluno contribuindo de acordo com suas possibilidades.
Exemplos: propor a realização de:
• um mural/painel de textos para colocar na entrada da escola;
• um recital ou coral para pessoas da comunidade;
• um livro de textos, para presentear alguém ou para compor a biblioteca da classe.
Como
os textos produzidos nos projetos têm um leitor real, o professor deve
torná-lo o mais legível possível, com o mínimo de erros, traduzindo a
escrita dos alunos ou revisando as escritas em que só faltam algumas
letras.
Tirando dúvidas
Os projetos são
excelentes situações para que os alunos produzam textos de forma
contextualizada; além disso, dependendo de como se organizam, exigem
leitura, escuta de leituras, produção de textos orais, estudo, pesquisa
ou outras atividades. Podem ser de curta ou média duração, envolver ou
não outras áreas do conhecimento e resultar em diferentes produtos: uma
coletânea de textos de um mesmo gênero (poemas, contos de assombração ou
de fadas, lendas etc.), um livro sobre um tema pesquisado, uma revista
sobre vários temas estudados, um mural, uma cartilha sobre cuidados com a
saúde, um jornal mensal, um folheto informativo, um panfleto, cartazes
de divulgação de uma festa na escola, um único cartaz…
Parâmetros Curriculares Nacionais - Língua Portuguesa/MEC
EXEMPLOS DE ATIVIDADES
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